Abraham (Bram) Stoker, gerente de um teatro e romancista nas horas vagas, não foi o primeiro autor a retratar o vampiro em um trabalho literário, mas sua versão é a que realmente ficou conhecida. Isso se deve em grande parte ao inesquecível vilão do romance, Conde Drácula, bem como à composição nefasta. Stoker chegou a ambos os elementos através de pesquisas extensas. Ele ambientou a maioria das ações nas montanhas misteriosas da província da Romênia, na Transilvânia, e baseou seus vampiros no folclore do leste europeu e dos ciganos.
Fazendo uma seleção de várias versões do mito do vampiro e acrescentando alguns detalhes por conta própria, Stoker formou o padrão do vampiro moderno. Diferentemente dos vampiros da tradição do leste europeu, o monstro de Stoker perde seus poderes à luz do sol, é repelido por crucifixos e tem inteligência aguçada. O interessante é que os vampiros de Stoker não são refletidos por espelhos, enquanto as criaturas mais antigas eram fascinadas por sua própria imagem.
As pesquisas de Stoker também determinaram um nome para seu vilão. O Drácula original foi uma pessoa real, príncipe Vladislav Basarab, que governou Wallachia na metade dos anos 1400. Seu pai era conhecido como Vlad Dracul (traduzido como "Vlad, o dragão" ou "Vlad, o demônio"), devido à sua participação em uma sociedade chamada "A Ordem do Dragão". Às vezes, Vlad Jr. era chamado de Vlad Drácula, significando "filho de Dracul", mas era mais frequentemente chamado de "Vlad Tepes", significando "Vlad, o Empalador". Era uma referência ao hábito de Vlad de empalar seus inimigos em longas estacas de madeira.
O Drácula da vida real tinha uma reputação de brutalidade (uma reputação que muitos romenos dizem ser imprecisa), mas não há muitas evidências que mostrem que as pessoas acreditavam que fosse um vampiro. O vilão da ficção de Stoker não é modelado fielmente de acordo com o Drácula real, embora, às vezes, eles sejam associados em filmes baseados no livro. Stoker emprestou, principalmente, o nome do príncipe, bem como sua posição social. Diferentemente dos strigoi, andarilhos e sem lar, o vampiro de Stoker era um tipo rico e aristocrático, que se escondia em um castelo grandioso.
Na peça "Drácula", de 1927, e no filme de 1931, Bela Lugosi manteve essa noção aristocrática, interpretando um cavalheiro suave e sofisticado. Essa peça introduziu também o famoso traje de Drácula: negro e formal e também uma capa preta. No romance "Drácula", o conde é descrito como um homem velho e seco, mais como o retrato de Max Shreck na adaptação muda para o cinema de 1922, "Nosferatu", do que o vampiro de Lugosi. Mas o Drácula suave ficou mais famoso, aparecendo em filmes, programas de televisão e desenhos animados.
O vampiro continuou a evoluir ao longo dos anos, à medida que os romancistas e diretores de cinema o reinterpretaram e expandiram a mitologia. Nos populares romances de Anne Rice, ela leva os vampiros a um outro nível, dando-lhes consciência e uma gama de emoções. Em seu trabalho, os vampiros não são necessariamente maus. Eles são apresentados como pessoas reais. No programa de televisão ''Buffy , a caça-vampiros'' o criador Joss Whedon buscou ideias semelhantes, explorando a ideia de um vampiro com alma.
Os acadêmicos também mantiveram um interesse nos vampiros e em suas raízes.
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